No começo do século XVI aconteceu a mudança da fase do sistema feudal para o sistema mercantilista (início do capitalismo). As pessoas então precisavam ser identificadas corretamente adotando sobrenomes para poder concluir transações comerciais com mais segurança, uma vez que na Antigüidade não era qualquer pessoa que possuía sobrenome, apenas a nobreza. Desencadeia-se então um processo de surgimento de sobrenomes na Europa, mas que ainda não atingia toda a população, somente as pessoas que tinham interesses comerciais.
No século XVII a Itália era toda dividida, uma verdadeira colcha de retalhos, havia muita instabilidade geopolítica e invasões no Mediterrâneo, expandia-se o Império Habsburgo e o Império Otomano e a Igreja Católica sentia-se ameaçada pelas reformas de Calvino e Lutero.
Constantemente deslocavam-se famílias e povos, a luta pela sobrevivência era incessante, as pessoas eram forçadas a se adaptarem rapidamente às exigências do momento e procurar proteção de alguma forma.
O clima de insegurança gerado pelas guerras, invasões e epidemias provocavam os deslocamentos populacionais e propiciava a evangelização da Igreja nas áreas sob seu domínio.
A Igreja, detentora de enorme influência e poder, que servia essencialmente aos interesses da nobreza e vice-versa, pressionada pelas reformas buscava cada vez mais exercer o controle sobre a população oferecendo proteção.
Foi o Concílio di Trento (1545 - 1563) que sacramentou definitivamente as intenções da Igreja de controlar o rebanho e de como seria feito esse controle.
O Concílio, que na verdade foi uma reação da Igreja às reformas de Calvino e Lutero, continha uma série de medidas a serem adotadas pelo clero e pelos Estados fiéis a Roma. Uma dessas medidas determinava aos párocos que fossem realizadas transcrições oficiais de todos os atos cíveis que aconteciam na comunidade, uma vez que naquela época não existiam cartórios (os cartórios foram surgir mais de 300 anos depois, com a separação da Igreja e do Estado) e também de todos os atos religiosos.
Apesar das determinações do Concílio di Trento serem imediatas demoraram algum tempo para serem implantadas em lugares mais distantes. Mas no ano de 1656 em Fuscaldo, pequena cidade fortificada e localizada na Província de Cosenza - Calábria, acontecem as repercussões dessas determinações e a Igreja local intensifica o controle da população registrando todos os atos oficiais cíveis e religiosos.
As famílias então necessitavam de um sobrenome para poder fazer parte desse contexto, tanto no aspecto materialista como no aspecto religioso. E um dos fatores que originava o sobrenome de uma família, que no passado era privilégio exclusivo da nobreza, era ligado às características da região onde a família morava.
Inspirada na região montanhosa de Fuscaldo, com lindos vales profundos e de vegetação densa e escura, uma família adotou o seu sobrenome homenageando o lugar que admirava e gostava de estar, no vale, estar no vale, do italiano sta n’valle - Stávale.
O estudo da origem da família Stávale teve início em 1996 e as motivações principais foram a busca pelas referências familiares, tentar descobrir quantos parentes na verdade existiam e a revelação do início de tudo, ou como surgiu o sobrenome e a primeira família.
A genealogia é fascinante, é um trabalho que seduz e não se consegue parar mais. É uma sensação similar a demonstrada pelo ator Richard Dreyfus no filme Contatos Imediatos.
Porém, as descobertas em qualquer tipo de estudo não se conseguem somente pela intuição, ou pelo sentimento de indução provocado por alguma entidade alienígena, surge então o Projeto Genes.
A essência do projeto era estabelecer a maneira de como seriam feitos os estudos e as etapas a serem seguidas, sem prazo para terminar e todas as descobertas sendo devidamente arquivadas convencionalmente e eletronicamente.
A 1ª Etapa foi entrevistar os familiares mais diretos que o pesquisador conhecia e de fácil localização.
É um trabalho básico mas proveitoso, principalmente quando exploramos os mais velhos nas entrevistas, eles sempre sabem muito do passado.
É muito importante também aproveitar as ocasiões das visitas para estreitar os laços familiares, pedir fotos da família visitada, dos parentes e de seus antepassados, procurar saber a existência de casos históricos envolvendo algum membro da família (ver ícone Casos Históricos, deste Portal) e também verificar a possibilidade de que seja doada ao parente entrevistador alguma obra de autoria de algum membro da família visitada, ou mesmo algo relacionado à vida do parente, para o caso de se montar, no futuro, um museu da família contendo as obras, pertences, documentos etc..., preservando a memória da família, como aconteceu com a família Stávale (ver ícone Acervo, deste Portal).
As investigações em cartórios e cemitérios serviram para tentar solucionar as dúvidas que surgiram nas entrevistas. E no caso do Brasil foi um trabalho árduo, pois os cartórios não tinham os dados disponíveis em rede e os antigos registros dos cemitérios públicos não foram tratados devidamente, ou estavam em estado precário, ou já tinham se perdido.
Ao final dessa fase começa então a surgir a árvore genealógica da família Stávale, de forma invertida, pelos galhos do topo da árvore (onde estão os nomes dos mais novos), depois pelos galhos mais baixos (os mais velhos) e assim sucessivamente até chegar na raiz, uma árvore em forma de pirâmide.
A 2ª Etapa requereu a ajuda da Internet nos sites de busca e nos sites de companhias telefônicas.
Com a localização dos parentes mais distantes que nem imaginávamos existir, muito menos o grau de parentesco, repetiu-se toda a operação realizada na primeira etapa, só que dessa vez é diferente; o trabalho, o engajamento e a dedicação são maiores e as descobertas são deslumbrantes. A sensação é de estar navegando em mar aberto e encontrar ilhas misteriosas e nunca antes exploradas.
Nessa etapa também foram realizadas muitas visitas e entrevistas, nas casas e locais de trabalho, em alguns casos foram por telefone apenas, milhares de quilômetros foram percorridos na cidade de São Paulo, em outras cidades e em outras cidades e estados do Brasil. Houve uma ocasião em que a entrevistada, Aparecida Stávale, uma senhora humilde e que mora em um bairro distante, que nunca tinha visto o entrevistador ou sabia sequer da existência dele, doou para o entrevistador o último Radio Stávale existente no mundo. Seu marido Horácio Stávale e seu irmão Paschoal Stávale (falecidos) eram os fabricantes do radio (ver ícone Acervo, deste Portal). Essa atitude provocou uma forte emoção e não podia simplesmente ficar sem compensação, na semana seguinte Aparecida recebeu em sua casa de presente um conjunto de som completo, que ela não deixa ninguém mexer e o mantém guardado em seu quarto.
Essa fase foi marcada por grandes descobertas e revelações curiosas, traições, assassinatos, mortes provocadas por animais, heroísmo etc... (ver Casos Históricos, deste Portal). Uma revelação de destaque aconteceu durante uma visita aos irmãos Neide e Pedro Stávale Neto. Eles confidenciaram que o avô imigrante Pietro teve um relacionamento com outra mulher fora do casamento e desse relacionamento nasceu João Pedro Stávale, não sabiam mais nada a respeito do que aconteceu depois. Porém, seguindo algumas pistas fornecidas pelos irmãos e, mais uma vez, com o auxílio da Internet foi localizado esse outro filho de Pietro e também toda a sua família, na cidade de Araras - interior do estado de São Paulo. Essa família também foi visitada e toda a repercussão genealógica foi inserida na árvore do velho e fogoso Pietro.
Nesse período surgiram membros da família de importância fundamental para o desenvolvimento da genealogia e das árvores: Alfredo Stávale Sobrinho, Alexandre Stávale Madrid, Alexandra (de Pindorama), Reynaldo Loureiro Stávale (de Brasília), os irmãos Pedro e Neide (citados acima), os irmãos Eneida, Edgard e Adhemar Stávale, Olívia Stávale, M. Tereza Stávale Malheiro, Salvatore Stávale (o Maestro) e, destacadamente, o norte-americano Ronald Xavier Stávale (o Ron), além dos demais relacionados no ícone Introdução, deste Portal.
Agora o Projeto Genes e o Portal possuíam 8 árvores brasileiras, uma para cada um dos imigrantes Pasquale, Giuseppe M., Ricardo, Nicola, Giuseppe, Vincenzo e Pietro, todos os que fizeram parte da 1ª imigração (Brasil I) e uma para os irmãos Salvatore (o Maestro), Giuseppe, Giovanni e Pietro, que fizeram parte da 2ª imigração (Brasil II).
Com a adesão de Ron, o Projeto Genes foi enriquecido com a árvore norte-americana EUA I (USA I). Anos mais tarde, Ron conseguiria a EUA II (USA II), em parceria com Elyse Stávale O’Kane e a EUA III (USA III), entrevistando o imigrante Francesco; mas ainda não havia o conhecimento da ligação entre as árvores dos Estados Unidos e nem entre as dos Estados Unidos com as brasileiras.
Ron também enviou o esboço daquilo que no futuro próximo seria a árvore argentina AR III, essa árvore foi desencadeada por Nicola que era irmão de Natale e Vincenzo, os precursores da árvore EUA I. Nicola preferiu ir para a Argentina com a esposa Adele e o filho Giuliano, depois volta para a Itália mas Giuliano fica.
Ao fim dessa fase, todas essas árvores já estavam encabeçadas pelos respectivos imigrantes precursores de cada árvore, mas persistia o desconhecimento do grau de parentesco entre eles.
A 3ª Etapa foi a fundação do Portal Eletrônico da Família Stávale www.stavale.com, inaugurado em 20 de maio de 2002, sob os cuidados técnicos de Ricardo Stávale e também a construção do
museu (Acervo) da família, para poder acomodar e expor todos o itens conseguidos com as doações.
Na 4ª Etapa 4ª Etapa houve a internacionalização do Projeto Genes.
Por meio de listas de telefones e endereços levantados na Internet em sites de companhias telefônicas, foram enviadas cartas aos parentes desconhecidos da Itália e da Argentina nos respectivos idiomas. No caso italiano foi estabelecido contato e troca de e-mails com Anna Cinzia, as irmãs Maria Rosária e Annalisa (de Ancona) e Elio Stávale (de Bisignano), que enviaram fotos e informações de suas famílias, essas informações seriam aproveitadas em uma etapa posterior. No caso argentino foi estabelecido contato e troca de e-mails com Sara Stávale, filha dos imigrantes Giuseppe Stávale e Ângela Catalina Francesi, que forneceu os dados para a formação da árvore Argentina AR II. Também foi estabelecido contato e troca de e-mails com Nilda e Silvina que forneceram os dados que resultou na árvore Argentina AR I. Essa árvore foi desencadeada pelos imigrantes Giovanni Stávale, a esposa Francesca Seta e os filhos Pasquale, Concetta e Giacomo.
Apesar de concluídas as árvores argentinas, também ainda não havia o conhecimento da ligação entre elas, nem com as do Brasil e nem com as dos Estados Unidos, só se tinha conhecimento da ligação entre a árvore argentina AR III com a norte-americana EUA I (USA I).
Essa fase também foi marcada pela descoberta do historiador e genealogista italiano, da cidade de Fuscaldo (nosso berço genealógico), Antonio Pupo e de um de seus livros “Fuscaldo Antiche Memorie”. Isso aconteceu graças ao Maestro, pois, além de possuir o livro, sua esposa Maria Grazia Santoro (falecida) era tia de Pupo.
Anos mais tarde, em setembro de 2007, Pupo seria recebido em São Paulo e homenageado em um evento que serviu para a divulgação de seu mais recente livro “Ricerche Genealogiche Sulle Famiglie Fuscaldesi”.
5ª Etapa , Surgem as árvores italianas finalmente.
Até esse momento a genealogia da família estava disposta em:
Apesar de que nesse momento ainda não havia o conhecimento da ligação entre as árvores italianas, agora já tinham se revelado as ascendências de quase todos os imigrantes nas árvores italianas, restavam apenas dois imigrantes sem ligação. Também se revelaram as ligações entre algumas árvores dos imigrantes (todas as ligações podem ser acompanhadas nos links remissivos contidos em todas as árvores que estão no Portal).
Com os dados dos Mórmons retroagiu-se muito no tempo mas não foram suficientes para unir as 3 árvores italianas. A coincidência desse fato é com a história contada pelo Maestro sobre o passado das 3 famílias que moravam em 3 quartieres (bairros) de Fuscaldo quando ele era jovem. Ele conta que essas famílias não se conheciam, não se sabia o grau de parentesco entre elas, haviam 3 projeções genealógicas distintas porque, naturalmente, ninguém tinha interesse em saber do passado mais remoto e dos antepassados. Mas eles eram conhecidos e diferenciados pelas características predominantes dos patriarcas dessas famílias: um era conhecido como o “gamba d’oro”, o outro era o “ciorlo” e o outro era o “castanharo”.
Esgotado todos os registros que os Mórmons possuem da família Stávale era preciso buscar outra fonte para continuar o estudo e tentar retroagir até unir as árvores e chegar na primeira família. Esses registros só podiam ser encontrados em um lugar, na Chiesa (Igreja) San Giacomo Maggiore Apostolo, em Fuscaldo.
6ª Etapa. Ficou decidido então ir a Fuscaldo tentar concluir a genealogia da família.
Depois de um longo planejamento e um adiamento, Rei e Ron finalmente encontram-se na estação de trem de Paola, 5 km de distância do destino original. Os trens não param em Fuscaldo para embarque e desembarque e Rei preferiu fazer a viagem por linha férrea partindo de Roma e percorrendo a costa do Mediterrâneo. Ron preferiu fazer mais uma escala e foi de avião até o aeroporto de Catanzaro, na Calábria, onde alugou um carro e foi a Paola onde estava marcado o encontro, em seguida partiram para Fuscaldo.
O hotel escolhido foi o Hotel Sud, localizado em Fuscaldo Marina, a outra parte da cidade denominada Fuscaldo Paese não tem hotéis.
Fuscaldo é uma cidade linda, interessante e ambígua, pois se apresenta de duas formas, Fuscaldo Marina e Fuscaldo Paese. Fuscaldo Marina, à beira do Mediterrâneo, é mais moderna, o comércio é bem mais intenso (apesar de que tanto em Marina como em Paese o comércio em geral fecha as portas às 11 ou 12 horas para almoçar e dormir e só vai abrir 2, ou 3, ou até mesmo 4 horas mais tarde) e na temporada fica lotada de turistas. Fuscaldo Paese fica no alto de uma montanha distante uns 3 km da Marina, é fortificada, tem apenas uma entrada, suas casas são muito antigas, geminadas, quase todas feitas de pedra e ficam perfiladas em ruas estreitas com origem no centro histórico (algumas casas de inestimável valor histórico foram tombadas pelo governo). Fuscaldo Paese é cercada por muros nos lados e atrás e também por lindos vales. (ver ícones História - Fuscaldo e Fotos - Fuscaldo, deste Portal).
À medida que se aproxima de Fuscaldo Paese vai aumentando a sensação de já ter estado lá e de fazer parte daquele lugar, é muito emocionante. A população é muito receptiva, simpática e alguns habitantes falam o português por já terem morado e trabalhado em São Paulo. Fuscaldo é uma grande família (ver ícone Fotos - Família - “Amici della Comunità di Fuscaldo”).
Durante a estada dos pesquisadores, Elio Stávale foi buscá-los no hotel para apreciarem a culinária calabresa de sua esposa e um delicioso e farto churrasco em sua casa, que fica em Bisignano, cidade próxima de Fuscaldo. Após o churrasco, Elio levou os pesquisadores a San Giacomo di Cerzeto, cidade próxima de Bisignano, para visitar Antonio Stávale, que Elio não conhecia. As visitas, além de prazerosas, também foram proveitosas, pois os italianos conversam bastante ao redor de uma mesa farta, com muito queijo, vinho etc..., quase não vêem televisão e são muito unidos e emotivos.
Em outro dia, os pesquisadores encontram Antonio Pupo que os levou para conhecer e pesquisar os antigos arquivos e registros da principal igreja de Fuscaldo, que era um dos principais objetivos deles, a Chiesa San Giacomo Maggiore Apostolo.
Porém, ao depararem com os registros perceberam que o trabalho seria impossível de realizar para quem não estava acostumado em lidar com esses registros, somente Pupo com sua experiência poderia fazê-lo. Clique para ver o Registro de Franciscus, Clique para ver o Registro de Januarius , Clique para ver o Registro de Nicolaus Pupo também levou os pesquisadores em sua casa, que fica entre Paese e Marina. Durante a conversa e diante do desânimo que tomou conta dos pesquisadores, Pupo revelou que estava escrevendo um livro sobre a genealogia de todas as famílias oriundas de Fuscaldo, então não havia mais a necessidade de continuar a pesquisa na igreja.
O próximo passo foi pesquisar os arquivos da Comune (Prefeitura) de Fuscaldo e foram bem recebidos pelas funcionárias que, em determinado momento de descontração, mostrou a eles os montes e montes de pedidos de registros cíveis de antepassados, destinados aos descendentes espalhados em diversos países, para conseguirem pleitear a cidadania italiana e o passaporte italiano. Nenhum dos dois pesquisadores pediu, mas motivadas pelo envolvimento descontraído, alegre e simpático, elas gentilmente fizeram questão de dar o registro de cidadania.
A pesquisa na Comune foi bem mais proveitosa do que na Chiesa, depois de estabelecido uma determinada época para as buscas de registros, alguns nomes pesquisados revelaram algumas ligações que faltavam em algumas árvores. Por exemplo, o registro de nascimento de Ricardo Amedeo, imigrante do Brasil, revelou a ligação com a árvore de seus antepassados Itália I e a ligação com as árvores de Pasquale e de Giuseppe (Brasil I), pois Ricardo Amedeo era primo direto deles. Outro exemplo foi a descoberta do registro de nascimento de Giovanni, imigrante da Argentina (árvore AR I), que revelou ser irmão dos imigrantes Pasquale e Giuseppe do Brasil. Então a ascendência de Giovanni também está representada na árvore Itália I.
Ainda durante a semana permanecida em Fuscaldo, as duas únicas famílias Stávale que resistiram na cidade foram visitadas, a de Francesco e a de Maria, os desdobramentos genealógicos relatados por eles e as fotos dadas foram inseridos no Portal.
Uma semana em Fuscaldo foi pouco para a dimensão daquilo que deveria ser pesquisado, mas foi bem aproveitado. E agora, com as adesões dos parentes italianos, as árvores italianas passam a conter informações atualizadas dos parentes que vivem lá.
7ª Etapa. Os dos últimos imigrantes que ainda não foram descobertos, são dois Luigi.
De volta ao Brasil é reiniciado o estudo, ainda faltava descobrir dois imigrantes do Brasil que ainda não foram descobertos, só se sabia que haviam fixado residência no Rio de Janeiro. Novamente, com a ajuda da Internet, um pouco de paciência e vários telefonemas, foi descoberta a família do imigrante Luigi, o outro imigrante era o seu irmão Ercole Salvatore, mas este não deixou descendentes.
Foi estabelecido contato com João Stávale, filho de Luigi, que não mediu esforços para relatar tudo o que sabia, enviar fotos e também enviar pelo correio todas as suas obras publicadas sobre a Maçonaria. Estava formada a 9º e última árvore de imigrante do Brasil, a BR - LUIGI.
E Ron, de volta aos Estados Unidos, também continua os estudos e descobre em Cleveland o último imigrante norte-americano que faltava, outro Luigi. Ron envia os dados e as fotos para o Brasil, porém, nesse caso não foi necessário formar uma árvore exclusiva pela falta de progressão genealógica, então se decidiu que as informações desse Luigi ficariam na árvore de seus antepassados, a árvore Itália I.
Fim dessa etapa, todos os imigrantes tinham ligação com as respectivas árvores de seus antepassados, as árvores Itália I, II e III, mas ainda faltavam as ligações entre essas árvores italianas.
8ª Etapa. A Árvore Gênesis.
Finalmente, em setembro de 2007, surge o livro que Pupo havia prometido em Fuscaldo. Nessa data, Pupo é recebido em São Paulo e faz a divulgação do livro “Riserche Genealogiche Sulle Famiglie Fuscaldesi”. Feitas as encomendas do livro, ele é enviado em navio e chega a São Paulo em dezembro.
O livro contém, além de outras informações genealógicas das famílias de Fuscaldo, os antigos registros de batismos de todas as primeiras famílias fuscaldenses que surgiram, do período de 1656 a 1920, inclusive Stávale.
Procede-se então os estudos desses registros, que não foi fácil. Houve algumas dificuldades em desenvolver os desdobramentos genealógicos, porque Pupo cometeu alguns erros nas transcrições dos registros da igreja San Giacomo, ou foi a igreja que cometeu. Ele omitiu alguns nomes, motivo de irritação do Maestro com Pupo, errou em alguns e teve casos de nomes compostos que ele anotou apenas um, por exemplo: Giovanni Tommaso Gennaro, em um momento era apenas Giovanni, em outro era apenas Tommaso, em outro era Giovanni Gennaro e assim por diante...
Algumas outras observações importantes:
Na igreja San Giacomo, onde era realizado os batismos, durante o período de 1668 a 1704 houve algumas ocasiões em que cometeram erros ao registrarem o sobrenome da família, tem registro como Stavile, Stavali, Stabile e alguns Stanile, mas Pupo considerou o Stanile uma variante, o que não é verdade pois nas gerações seguintes foram todos corrigidos. Nos séculos XIX e XX alguns imigrantes da família tiveram seus sobrenomes registrados erradamente pelos funcionários do departamento de imigração (ver História - Imigração) e até hoje os cartórios cometem, porém era mais fácil corrigir na igreja daquela época.
Até o fim do século XIX os nomes eram registrados na sua forma primitiva, em latim e Pupo manteve os nomes nessa forma, exemplos:
CLIQUE AQUI PARA VER AS EXPLICAÇÕES DE PUPO
Mas enfim... críticas à parte, graças ao livro de Pupo retroagimos ainda mais no tempo, foram reveladas as ligações entre as 3 árvores italianas e surgiu a Árvore Gênesis, a raiz das árvores, com a primeira família Stávale que surgiu e o primeiro Stávale batizado (Natale, em 1657). A Gênesis também contém os 3 links remissivos para as respectivas 3 árvores italianas. Três membros da primeira família são os precursores das progressões genealógicas que desencadearam todas as árvores, Francesco que originou a Itália I, Salvatore Michele que originou a Itália II e Gennaro Saverio que originou a Itália III. Infelizmente no caso de Natale, o primeiro Stávale batizado, a progressão genealógica foi interrompida prematuramente. Naquela época as epidemias e o alto índice de mortalidade infantil interrompiam drasticamente as progressões genealógicas, para se ter uma idéia das mortes ocorridas em Fuscaldo logo no primeiro ano de vida, em 1704 dos 142 nascidos 51 morreram, em 1706 dos 181 nascidos morreram 38, em 1711 dos 161 nascidos morreram 32. No caso das epidemias em 1764, por exemplo, 100 pessoas morreram em Fuscaldo nos meses de junho e julho.
Destaques do século XVIII.
Não demorou muito tempo após o surgimento da família Stávale para alguns membros se destacar no meio da Igreja Católica e também em transações comerciais, que na época eram transcritas em atos oficiais da igreja.
CLIQUE AQUI PARA VER OS DESTAQUES DO SÉCULO XVIII
Considerações finais.
Todos nós gostaríamos de aprofundar na genealogia retroagindo no tempo até chegar ao Stávale pré-histórico, ou Stávale Pitecus, mas como sabemos isso é impossível, antes da idade média não existiam sobrenomes, conseqüentemente, não é possível rastrear os antepassados até serem considerados ancestrais.
Contudo, a genealogia da família Stávale chegou até onde podia chegar e a história foi contada. Mas esse trabalho não tem fim, haverá sempre novas informações, atualizações, revelações de casos históricos, mais fotografias das famílias, mais doações de itens para o museu, avanços na tecnologia etc...
O Richard Dreyfus, ou melhor, os Richard Dreyfus um dia partirão em uma “nave”, como no filme “Contatos Imediatos” citado no início deste histórico, para os que ficarem a saga continuará e para os que também sentirem o chamado da genealogia terão a responsabilidade de preservar e avançar, até mesmo depois do dia em que alguns de nós formos registrados como imigrantes em outros mundos.
RJS